Box TV é nova aposta do streaming para substituir a TV por assinatura

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Com a chegada de novas plataformas e a popularização destas no ano passado, o streaming se estabeleceu como grande modelo de conteúdo, superando recordes de assinantes e audiência da TV por assinatura, por exemplo. Para 2021, a grande novidade do mercado é a chegada dos chamados Box TV ao mercado brasileiro.

O novo modelo, que se assemelha aos da TV à cabo, mas no formato de streaming e com preços relativamente mais baratos do que as do serviço convencional chegou ao Brasil após decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em setembro de 2020. Na época, a agência optou por não enquadrar as plataformas de canais por assinatura em streaming na legislação de TV por assinatura tradicional.

A medida possibilitou que os chamados Box TV como a DirecTV GO, que estreou no Brasil em dezembro passado, estivessem, em termos legais, na mesma categoria dos serviços de streaming convencionais (Netflix e Amazon Prime Video). “Essa decisão viabiliza a oferta destes serviços de TV por assinatura por streaming (Box TV) sem um conjunto de regras e obrigações que as TVs à cabo tradicionais estão submetidas, principalmente na questão tributária”, explica o Superintendente de Competição da Anatel, Abraao Balbino.

O superintendente ressalta que a medida também possibilita que as operadoras tradicionais também ofereçam o modelo por streaming como visto pela Claro/NET, que, na última semana, lançou seu pacote de Box TV para todo o país – anteriormente só estava disponível para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. “Assim, as operadoras de TV não são tão afetadas do ponto de vista tributário”, pontua.

Atualmente, além da Claro Box TV, que fornece o plano básico por R$ 20 para quem já é assinante Claro e o mais completo por R$ 59,90, a DirecTV GO é a principal plataforma de Box TV do mercado. Pioneiro na América Latina, o serviço pode ser assinado por R$ 59,90. Ambos os serviços também possibilitam ao assinante contratar serviços extras como canais de pay-per-view.

Novo mercado

A chegada das Box TVs no mercado brasileiro consolida um movimento dos serviços de streaming em incorporar canais das TVs por assinatura tradicionais que se iniciou no ano passado, a exemplo do Globoplay, que passou a disponibilizar aos assinantes a opção de incluir os canais do grupo Globosat (SporTV, Megapix, Multishow, Universal, entre outros) ao serviço.

Fã de esportes, a estudante Mariana Bajurd foi uma das consumidoras que preferiu assinar o novo serviço com alternativa à TV à cabo tradicional. “A principal vantagem é que a TV por assinatura tradicional é sempre a mesma coisa por um valor alto e com grade fechada, além de que no streaming eu consigo ver coisas simultâneas, como jogos de basquete”, conta.

O Globoplay + canais conta com quatro opções de pacotes, a mais em conta sai por R$ 42,90. O modelo da Globo (unindo canais tradicionais ao streaming), inclusive, é um formato apontado por Abraao como futuro para o mercado de streaming, que atualmente vive seu momento de ebulição, com grande variedade de plataformas.

“Hoje não temos uma visão muito clara, com essa situação da internet, os produtores de conteúdo estão querendo vender diretamente seus produtos (Disney, Netflix, Warner, Amazon, Globoplay), as pessoas assinam e ainda contratam um serviço de TV por assinatura tradicional. Se você for analisar, isso está criando um serviço de empilhamento de contratações”, pontua o superintendente.

“Se isso é o melhor, se os consumidores vão querer contratar vários pacotes de R$ 20 ao invés de fazer um só de R$ 150 é uma coisa que o mercado ainda não sabe, pode ser que isso continue, mas pode ser que surja um agregador que una todos esses serviços, podendo ser até mesmo uma dessas operadoras de TV à cabo. É certo que isso vai crescer e que provavelmente vai substituir a TV por assinatura convencional, porque o consumo, hoje, está todo voltado ao mercado de streamings”, conclui.

Crise das convencionais

O mercado de TV por assinatura tem enfrentado quedas de procura. Desde 2014, o número de assinaturas tem diminuído progressivamente, de acordo com dados da Anatel. A série histórica começou em janeiro de 2012.

Os números coletados juntos à Anatel indicam que, em novembro de 2014, as assinaturas tiveram seu pico, atingindo 19.842.737 acessos. Em abril de 2020, no entanto, o relatório traz o dado de 15.323.317 – em números brutos, são 4.519.420 assinatura a menos, representando queda de 22,7%.

Fonte: https://www.metropoles.com/